terça-feira, 4 de agosto de 2015

Gostaria de ter certeza quando digo que te amo. Mas como é que posso dizer que te amo e saber que você compreendeu, se eu olho para o céu e enxergo lavanda e você acha que é azul?

Como é bom guardar coisas, remexer nos arquivos! Esse texto foi escrito ha quase dois anos e ainda fala tanto sobre mim...



Gosto de você e não deveria. Vou ao trabalho pelo mesmo caminho de sempre, por costume. Não como agrião, detesto alcaparras e acho que uma das melhores invenções dos americanos foi o peanut butter and jelly sanduiche.
Tenho medo de que você um dia analise friamente nosso caso e veja que meus defeitos se sobressaem às minhas qualidades.
Meus pés estão sempre gelados e luto diariamente com minha insubordinação no trabalho.
Procrastino demais, sonho demais, faço de menos.
Não gosto de usar saltos, me acho ridícula de brincos grandes e tenho pensado se ainda tenho idade para usar as roupas que eu uso.
Penso em ter mais filhos, mas ao mesmo tempo quero correr o mundo e pintar os pés na Índia, bater pernas em NY, beber Guinnes na Irlanda. Sinto sua falta, cada dia um pouco mais. Não sou fácil de lidar, não demonstro amor como deveria, digo "foda-se" para quase tudo o que me incomoda.
Não sou mulherzinha, não acho graça em comédia romântica, tenho TPM e uma pinta em forma de coração na batata da perna.
Choro escondida, geralmente no banheiro. Gosto de dias frios de sol, daqueles bem secos onde tenho esperança em qualquer coisa. Não tenho carro, adoro viajar de avião e tenho pouca paciência com gente lerda.
As vezes penso em nós dois numa casa com quintal, filhos, cachorro. Me envergonho por ter pensado, volto a pensar em sacanagem.
Nesse momento em que escrevo, sinto alívio. Mas não sei por quanto tempo isso vai durar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário