segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Muita gente, a maioria da população mundial creio eu, quer ser amada. Todos querem saber que existe pelo menos um ser nesse planeta, tirando a própria mãe, que o ama.
Quando criança eu sonhava em ter um namorado, para andar de mãos dadas e fazer sebe-lá o que faziam os namorados. Na adolescência a coisa piorou pois eu tinha uma imaginação bem mais fértil e ampla, cercada de novelas, casais reais, livros, curiosidade e hormônios.
Quando comecei a namorar foi como comprar sapatos: prova um aqui, imagina outro lá, vê se acha uma bota e acaba com um scarpin. E foi assim por um bom tempo com choros convulsos, com sonhos, risadas, festas, "eu te amo", "eu te odeio", um filho, uma separação bem dolorosa, questionamentos.
Me questionava sinceramente se algum dia amaria alguém e se algum dia tinha amado alguém. E odiava pensar sobre isso por que não havia certeza de nada, já que amor é algo subjetivo, abstrato, pessoal. Eu posso chamar de amor o que você chama de paixão e vice versa.
Então ser amada continuou sendo importante mas ter certeza de que eu amo é ainda mais profundo. Saber, depois de tantos anos, que eu amo e dizer isso com convicção e certeza é um alívio profundo, uma etapa concluída e ao mesmo tempo iniciada.
Parar para pensar e se questionar o porquê de amar aquela pessoa tão chata, cheia de defeitos, que usa aquelas roupas e ouve aquela música enjoada e continuar querendo tocá-la, vê-la, cuidar dela, sentir o cheiro é fantástico! Saber que meu cérebro tem consciência de todos os defeitos e ainda sentir um frio na barriga quando o vejo chegar é idiota, brega, ridículo e espetacular!
O amor é feito de certezas bem mais que de sonhos. É feito de decisões, de querer, de não desistir, de ter fé de que por pior que esteja, pior seria estar sem ele. "É um contentamento descontente, é dor que desatina sem doer".
As vezes eu amo tanto que se respirar mais fundo consigo até sentir o cheiro!