segunda-feira, 3 de junho de 2013

Olhando para o mesmo horizonte

Até pouco tempo atrás eu achava que amores de uma vida inteira, ou pessoas que não se reestabelesciam depois de um rompimento, era coisa de romance inglês do século retrasado.
Mas de repente tudo me pareceu possível.
Também entendi aquelas pessoas que, mesmo louca de amor por alguém, casam-se com outras pessoas legais mas não tão apaixonantes assim.
Amor é lindo, rompe barreiras, faz milagres, motiva. Mas descobri que no meu caso, o que mantém um relacionamento é olhar para a mesma direção.
Podem ser opostos, de idades diferentes, cores diferentes, credos diferentes. Mas se o horizonte é compartilhado, ai está um grande tesouro.
Por muitos anos achei que casar era uma decisão idiota. Nunca tive bons exemplos nessa área e tinha certeza de que estaria fadada ao erro se tentasse. Bom, eu tentei e falhei mesmo. Levei anos para me dar ao luxo de ter um relacionamento sem muitos medos e acreditar que seria possível ter algo que para mim é um sonho perfeito: uma família.
Eis que, feliz com meu amor, curtindo muito cada jantar, cada risada, cada aconchego, ouço que ele nunca construiria uma família comigo. Meu barquinho, que rumava para aquele horizonte lindo ao por do sol naufragou nesse iceberg, com meus sonhos morrendo congelados como Jack e Rose.
Tentei olhar as coisas por outro ângulo, talvez comer pelas beiradas, faze-lo mudar de idéia. Acontece que não sou garota de comer pelas beiradas, de esperar que alguém mude. A vida está ai tão curta que me imaginava daqui 10 anos, ainda sozinha no meu ap, com meu filho adolescente e com um namorado que nunca quis nada concreto comigo.
Foi ai que tomei a decisão de deixá-lo. E dessa forma me vi adulta por que tomar decisões corretas que nos partem o coração, faz parte de ser adulta.
Dói? Muito. Mas ao mesmo tempo essa dor fica travestida em alívio por ter tomada a decisão correta. Me dá um orgulho enorme de mim mesma por ter tido a coragem de largar um relacionamento gostoso, com alguém que eu amo, por que soube que não estava certo.
De repente o horizonte se mostra a minha frente novamente. E eu tenho a capacidade de imaginá-lo como eu quiser, enquanto fico um tempo à deriva, a espera de um companheiro que queira remar na mesma direção.