quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

O TDAH nosso de cada dia

TDAH. Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade. Neurobiológico. Alteração no lobo frontal. Também chamado de Lesão Cerebral Mínima ou Reação Hipercinética da Infância.

Descobrir que eu sou TDA com quase 40 anos me traz alivio. Me traz paz em saber que o que me incomodava, o que me assustava, o que eu não entendia em mim finalmente me foi explicado. E eu amo informações!

Pude olhar para mim mesma criança, adolescente, adulta entender tanto! Me reconfortou saber que eu não sou burra, não sou avoada por que eu quero, que eu não sou desorganizada por desleixo, que eu não sou a mãe cheia de lacunas pq eu não sou boa mãe, que eu não entrei e sai de empregos pq eu não gosto de trabalhar, que eu não perco as coisas pq não dou valor a elas, que eu não deixo tudo pela metade pq eu não me comprometo conscientemente. 

Entender que apesar do meu entorno familiar ser caótico desde que eu nasci, não foi o único responsável pelos meus tropeços e dificuldades. E obter uma resposta para a minha eterna sensação de inadequação no mundo. Entender o porquê de ter uma mente 

Foi um empurrão para começar a fazer terapia, para me olhar olho no olho e dizer para mim mesma "tamo junto!"

Claro que antes de chegar nessa nuvem de ursinhos carinhosos eu tive medo. Chorei, fiquei sem dormir, me senti um alien psicótico, me senti novamente inadequada. E para completar foi logo depois de saber que o caçula é autista. Too much!

Mas também descobri algumas coisas interessantes... Que o TDA é geralmente criativo, otimista nato, curioso, que enxerga as coisas de forma diferente, as vezes mais claras, as vezes mais bonitas, que geralmente é super inteligente e ligado no 220 (fisica ou psicologicamente. Ou os dois - Deus nos ajude! Hahahahaha)

A medicação tem sido maravilhosa idem. Um divisor de águas para quem trabalha com coisas burocráticas, por exemplo. 

No fim das contas, 2020 foi ruim mas foi bom!


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